- 20/01/2022
- De Fernando Branco
- SEON
Mestres de artes marciais apresentam diferentes formas de ser e com diversos atributos pessoais. Eles podem ser jovens, velhos, masculinos, femininos, experientes, inexperientes, profissionais, amadores, bons, medíocres, ou…. atrozes.
No Oriente, os métodos de ensino das artes marciais geralmente não seguiam nenhum programa, ou estrutura… era um método intuitivo seguido por várias das escolas de MooDo. Enquanto hoje muitos sapientes consideram essencial explicar os mecanismos das técnicas e dos princípios nos quais se apoiam, quem teve um mestre ancestral normalmente tinha como aula uma demonstração técnica sem adendas explicativas….
Talvez na minha perspectiva a razão principal para tal facto é que pouco havia sido escrito ou codificado com relação à instrução das artes marciais. O conhecimento era passado diretamente do mestre para o aluno e geralmente a qualidade estava assegurada para gerações futuras… Hoje já não é assim… a base de informação rodopiou tal pião em cima da carica… Além de mal formados, muitos procuram informação youtubesca e livresca….
Mas os verdadeiros sabem que, às vezes, deve-se assegurar que os níveis de realização dos alunos estejam adequados para o momento, e que cada aluno tem o seu próprio ritmo de aprendizagem. Raramente este ritmo pode ser acelerado mesmo pelo mais zeloso dos mestres… Também sabem que mestres com falta de confiança nas suas qualidades de ensino geralmente empregam “técnicas em detrimento da técnica” .. saber dar o espaço ao aluno para aprender e descobrir com disciplina é muito diferente de autoritarismo precoce, onde o “faz e cala” oculta um “faz porque não te sei responder à duvida”…
Um outro exemplo de estilo cruel é a abordagem egocêntrica, onde o mestre se vê como sendo o mais importante nas acções com os alunos.. ou seja “ não me questiones porque não devo ser perturbado por questões insignificantes…” Quem sabe tem a noção que o ego tem de ser colocado de lado e dar o cêntrico ao aluno…
Depois também sabe que usar a crítica ridícula, o sarcasmo, ou a ameaça de nada serve ao corrigir os erros dos alunos. A filosofia da “humilhação antes do elogio” não pode ser aplicada em situações de ensino, dos mestres de artes marciais espera-se o encorajamento e prudência através do treino protocolar, físico e mental… Já diziam os antigos: “ Quando o aluno falha a aprender, o mestre falhou ao ensinar”.